Existem regimes democráticos eficientes e assim, quero resgatar a memória dos brasileiros que, um dia, lutaram para implementar o regime republicano em nosso país. Leia mais...
ARTIGO
As tecnologias, as informações e os exemplos
Na última semana celebramos a Proclamação da República Brasileira, sistema de governo que foi instaurado há 127 anos, no dia 15 de novembro de 1889 pelo marechal Deodoro da Fonseca. Na manhã daquele dia, Deodoro da Fonseca liderou as tropas formadas principalmente por jovens militares do Exército - que ocuparam o quartel general, no Campo de Santana, no centro da cidade do Rio Janeiro, então capital do Império. Chegava ao fim a Monarquia vigente no país desde 1822. O imperador Dom Pedro II soube dos acontecimentos no Palácio Imperial de Petrópolis, e voltou às pressas para corte. Mas não conseguiu impedir o golpe militar. O marechal Deodoro da Fonseca já tinha sido nomeado chefe provisório da República. Dois dias depois a família imperial deixava o Brasil rumo ao exílio em Portugal. Naquele tempo em que a população não contava com os avanços e facilidades proporcionadas pelos modernos meios de comunicação, a História nos conta que o movimento republicano atraiu jovens e lideranças militares, que, insatisfeitos com a Monarquia, externavam publicamente suas opiniões sobre a política interna do país. Eles não apenas queriam participar do cenário político como também ter melhores condições de salários e prestígio social. Aos poucos os militares foram se aproximando dos grupos civis que defendiam menos autoritarismo, mais liberdade econômica e mais democracia. Paralelamente, os grandes fazendeiros produtores de café, extremamente dependentes de mão-de obra escrava, estavam descontentes com a abolição da escravidão, aprovada pela Lei Áurea e rapidamente esses líderes do setor cafeeiro também aderiram aos ideais republicanos. A conspiração estava formada desembocando no golpe militar que derrubaria a Monarquia. Em 25 de fevereiro de 1891, o marechal Deodoro da Fonseca foi eleito indiretamente pelo Congresso Nacional e tornou-se presidente e o marechal Floriano Peixoto vice-presidente da República do Brasil. O país passava a ter um sistema de governo que deveria ser voltado para o interesse comum de toda a população, em oposição aos interesses particulares de um monarca, mas, como podemos perceber, através dos anos, o regime idealizado foi corrompido por políticos corruptos e se mostra ineficiente para promover o progresso em nosso país e garantir a qualidade de vidapara a população brasileira. Diante do estado de ingovernabilidade em que se encontra o nosso Governo e algumas de nossas principais instituições públicas, percebo a urgente necessidade de nossa sociedade se unir novamente e se articular para pressionar a implementação de profundas mudanças em nossa organização política. Digo isto porque sei que, nós, brasileiros, não somos condenados a viver eternamente sob o jugo desse verdadeiro bando de abutres que pousaram nas ‘costelas magras’ dos nossos Poderes Públicos e se fartam mamando nas tetas gordas do nosso Governo. Nesse atual momento histórico, repleto de avanços tecnológicos e modernas tecnologias de comunicação, percebo que se aproxima o momento em que toda a humanidade irá se conscientizar e finalmente se libertar das velhas amarras que nos prendem a antigas estruturas políticas. Através dos mais diferentes meios de comunicação, atualmente podemos conhecer e constatar em tempo real, a realidade enfrentada por populações de todo o mundo que são governadas por ditadores e governantes corruptos e também temos a oportunidade de verificar os avanços e benefícios promovidos por governantes e regimes políticos eficientes que realmente geram benefícios para cidadãos de várias nações. Por meio dessa facilidade de informação disponível, podemos constatar que existem regimes democráticos eficientes e assim, quero resgatar a memória dos brasileiros que, um dia, lutaram para implementar o regime republicano em nosso país e aproveito para destacar que, mais uma vez, nós, brasileiros, devemos nos unir para promovermos reformas no nosso regime político, que se mostra tomado por políticos corruptos e ineficiente para a promoção do progresso no nosso Brasil. Em tempo, não concordo com a ação dos manifestantes que invadiram o plenário principal da Câmara dos Deputados no início da tarde de quarta-feira, dia 16 de novembro e interromperam o andamento de uma sessão não deliberativa da Casa, porque não acredito que conseguiremos avanços através da violência. Volto a destacar que, contamos com grande facilidade para a comunicação e temos que saber utilizar essa importante ferramenta para integrar e reunir a população brasileira em torno do objetivo de forçar democraticamente a revolução política que tanto precisamos no nosso país.
Diego Cobucci - Articulista e Professor de História
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